My weekly column, Ponte Aérea, at Revista Semana On.
O grande nó da questão é a mudança da esquerda na defesa de pautas ligada à minorias (anos 60-2000) para a defesa do identitarismo, que é por excelência supremacista, excludente e em muitos casos fascista. Além do que, é um fenômeno importado dos EUA sem tradução e sem respeito à quaisquer especificidades do Brasil.
Foi importantíssima a quebra da ideia falsa de universalismo da esquerda marxista que, no fim, era racista, machista e homofóbica (ou, pelo menos, ignorava tais pautas), mas depois de um breve período, a ideia de classe foi completamente abandonada ou ao menos deixada em segundo ou terceiro plano por uma luta identitária fratricida em que não se luta pelo reconhecimento da especificidade de grupos, mas do cancelamento, censura, apagamento de pessoas e grupos entendidos como “opressores” na base do “estou ofendido”.
E por opressores podem ser gays diante de lésbicas, negros diante de negras, enfim, cria-se uma luta de todos contra todos em uma escala de opressão que não faz sentido algum. E a opressão não é econômica, ela é identitária. Um negro rico é, na visão desse pessoal, muito mais oprimido que um branco pobre.
Full column at Revista Semana On’s website. Date of publication: 16/09/2020
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