Cada vez mais, a denúncia do autoritarismo bolsonarista perde sentido e força. Não porque não seja um fator preocupante e uma ameaça à democracia brasileira, mas tão somente porque seu principal adversário, o ex-presidente Lula, não é exatamente um exemplo de defesa coerente da democracia e dos direitos humanos.
Como sustentar uma oposição vigorosa à barbárie bolsonarista sem dar voz à hipocrisia? Ao arrepio da ciência política, Lula voltou à carga, comparando Daniel Ortega, ditador da Nicarágua, com a premier alemã Angela Merkel: “Por que a Merkel pode ficar 16 anos no poder e Ortega não?” perguntou.
Como denunciar visitas de Bolsonaro a países ditatoriais ou a simpatia nem um pouco disfarçada do presidente por ditaduras quando, após eleições forjadas na Nicarágua — em que opositores foram presos e observadores internacionais impedidos de participar —, o Partido dos Trabalhadores oficialmente elogia o “processo eleitoral” e saúda o vencedor, o protótipo de ditador Daniel Ortega?
Full column at Revista Semana On’s website. Date of publication: 30/11/2021 (late publication)
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